Gary Oldman se tornou conhecido inicialmente em sua carreira
como ator interpretando duas figuras reais em cinebiografias: o mártir do punk
rock Sid Vicious em “Sid & Nancy” (1986) e o libertário dramaturgo
homossexual Joe Morton em “O amor não tem sexo” (1987). Não deixa de ser
curioso, e também bastante sintomático, que agora esteja muito bem cotado para
ganhar um Oscar interpretando outro personagem histórico, só que bem mais “respeitável”,
o estadista britânico Winston Churchill. Em “O destino de uma nação” (2017), a
parte mais significativa da narrativa se concentra justamente na atuação de
Oldman. Ainda assim, não dá para dizer que o ator carrega o filme nas costas e
nem que essa produção caia na vala comum de obras academicistas a versarem
sobre grandes episódios históricos. O diretor Joe Wright consegue impregnar no
seu trabalho algum traço artístico mais distinto e mesmo com um certo caráter
insólito em sua abordagem estética. A ação se concentra basicamente em austeros
espaços fechados – o palácio real, a mansão do protagonista, o parlamento, o
bunker onde traça estratégias e decisões relativas à entrada, ou não, da
Inglaterra na Segunda Guerra. Assim, predomina no filme uma atmosfera
claustrofóbica, opressiva, com uma encenação que por vezes parece remeter ao
teatral. Tal opção narrativa de Wright não é gratuita, pois o subtexto do
roteiro tem como uma de suas sutis diretrizes a exposição dos mecanismos de
poder na política, principalmente no que diz respeito a uma alienação daqueles
que detém o poder perante os reais desejos e necessidades daqueles que governam.
Desse modo, o filme incorpora os discursos de Churchill na narrativa com
naturalidade e coerência, oferecendo uma efetiva ideia do forte conteúdo
humanista de tais textos. É claro que por vezes “O destino de uma nação”
resvala em um certo ufanismo ingênuo ou na grandiloquência sentimental
inerentes a esse tipo de obra. Mesmo assim, não cai no superficialismo vazio de
“The post” (2017) e consegue apresentar alguns momentos memoráveis capazes de
se fixar no imaginário do espectador.
2 comentários:
Gary Oldman é a alma do filme
É um filme bom e muito interessante, sinto que história é boa, mas o que realmente faz a diferença é a participação de David Strathairn neste filme. O elenco deste filme é ótimo, eu amo tudo onde David Strathairn aparece, o ultimo que eu vi foi em um filme bom de drama chamado Meu Jantar com Hervé, adorei esse filme! De todos os filmes que estrearam, este foi o meu preferido, eu recomendo, é uma historia boa que nos mantêm presos no sofá. É espetacular. Pessoalmente eu acho que é um filme que nos prende, tenho certeza que vai gostar, é uma boa história. Definitivamente recomendado.
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