terça-feira, junho 05, 2018

Deadpool 2, de David Leitch **


Parecia muito promissor: a continuação do divertido “Deadpool” (2016) dirigido por David Leitch, responsável por ótimos filmes de ação recentes (“De volta ao jogo” e “Atômica”). O resultado final, entretanto, ficou bem aquém em relação às boas expectativas que se tinha. A fórmula narrativa que deu certo no primeiro filme está lá – violência gráfica explícita, humor metalinguístico e escroto, frenéticas cenas de ação. Só que tais elementos formais e temáticos são repetidos à exaustão a um ponto que se retira qualquer traço de tensão da obra. Isso fica bem evidente nas caracterizações de personagens importantes como Cable (Josh Brolin), Dominó (Zazie Beetz) e Fanático. Se nas histórias dos quadrinhos originais tais figuras têm considerável peso dramático, no filme em questão se limitam a distribuir porrada e dizerem algumas breves frases. A gozação indiscriminada com o universo das produções de super-herói às vezes até rende algumas boas piadas e tem o seu grau de ousadia, mas a repetição excessiva dessa atmosfera de farsa no final das contas deixa tudo muito cansativo e banal. Mesmo as cenas de ação caem numa formatação derivativa e pouco memorável. E por mais que Deadpool (Ryan Reynolds) goste de tirar um sarro com a franquia de Wolverine, a verdade é que o filme de Leitch ficou muito distante da classe estética e da perturbadora trama do antológico “Logan” (2017).

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