Parecia muito promissor: a continuação do divertido “Deadpool”
(2016) dirigido por David Leitch, responsável por ótimos filmes de ação
recentes (“De volta ao jogo” e “Atômica”). O resultado final, entretanto, ficou
bem aquém em relação às boas expectativas que se tinha. A fórmula narrativa que
deu certo no primeiro filme está lá – violência gráfica explícita, humor
metalinguístico e escroto, frenéticas cenas de ação. Só que tais elementos
formais e temáticos são repetidos à exaustão a um ponto que se retira qualquer
traço de tensão da obra. Isso fica bem evidente nas caracterizações de
personagens importantes como Cable (Josh Brolin), Dominó (Zazie Beetz) e
Fanático. Se nas histórias dos quadrinhos originais tais figuras têm considerável
peso dramático, no filme em questão se limitam a distribuir porrada e dizerem
algumas breves frases. A gozação indiscriminada com o universo das produções de
super-herói às vezes até rende algumas boas piadas e tem o seu grau de ousadia,
mas a repetição excessiva dessa atmosfera de farsa no final das contas deixa tudo
muito cansativo e banal. Mesmo as cenas de ação caem numa formatação derivativa
e pouco memorável. E por mais que Deadpool (Ryan Reynolds) goste de tirar um
sarro com a franquia de Wolverine, a verdade é que o filme de Leitch ficou
muito distante da classe estética e da perturbadora trama do antológico “Logan”
(2017).
Nenhum comentário:
Postar um comentário