Há um estranho e fascinante conceito que perpassa toda a
narrativa e a concepção estética da animação norte-americana “Kubo e as cordas
mágicas” (2016) – a flexibilidade do papel. O protagonista do título tem como
principal poder mágico a capacidade de moldar a forma e os movimentos de papéis
através do toque de seu instrumento de cordas. A técnica de animação, misto de
efeitos digitais e stop-motion, e o grafismo do traço sempre evocam essas
figuras de papiros e folhas, gerando uma síntese entre fragilidade aparente e
beleza. O fato da trama se passar no Japão e se referir a elementos da cultura
nipônica, nesse sentido, não é gratuito, vide a técnica do origami que por
diversas é mencionada em trechos fundamentais do roteiro. E há outros fortes
pontos positivos nas escolhas artísticas do diretor Travis Knight que formam um
todo poderoso e memorável: a caracterização bem delineada de personagens carismáticos,
cenas de ação plenas de tensão e dramaticidade, trilha sonora de arranjos e
melodias que primam pela sutileza e a contenção de sua utilização, refinado
senso de humor. Nessa conjunção conceitual entre estética e temática, o
resultado é uma narrativa encantadora que transita com desenvoltura entre o
fabular, a aventura, o horror e o elegíaco, e que faz prevalecer como filosofia
existencial um tributo à tolerância.
Um comentário:
Incrível! O ator Matthew Mcconaughey se compromete muito com o personagem. Eu gostei e você? Me surpreendeu o ator. seu trabalho é excelente como neste filme. Sigo muito os filmes de Matthew Mcconaughey, sempre me deixa impressionada em cada nova produção. O vi recentemente em Ouro E Cobiças, e recomendo, o êxito do filme se deve muito ao grande elenco que é bastante conhecido pelo seu grande trabalho. Foi o meu filme preferido em 2016.
Postar um comentário