segunda-feira, novembro 21, 2016

Dr. Estranho, de Scott Derrickson ***

Por mais que haja uma coerência na forma com que os filmes interagem dentro do seu universo e uma competente qualidade narrativa nas suas realizações, a atual linha de produções cinematográficas da Marvel não permite grandes variações e ousadias dentro de sua fórmula artística – claro que com algumas honráveis exceções, como “Os guardiões da galáxia” (2014). Dentro dessa lógica, “Dr. Estranho” (2016) é um exemplar bastante sintomático de tal situação. Estão presentes boa parte dos preceitos formais e temáticos que já pautaram os demais filmes das outras franquias, principalmente no que diz respeito às obras que mostram as origens dos super-heróis, e que de certa forma também são característicos dos próprios quadrinhos que as inspiraram. O diretor Scott Derrickson segue tão à risca essa cartilha que por vezes temos a impressão de se estar assistindo a refilmagem de “O homem de ferro” (2008), só que por um prisma místico (as piadinhas bestas, por exemplo, são as mesmas). Ainda assim, o ritmo da narrativa tem uma desenvoltura cativante e as cenas de ação tem uma coreografia bem resolvida. E se por um lado o roteiro tem uma mecânica um tanto previsível em excesso e falte uma efetiva tensão dramática capaz de surpreender o espectador (culpa principalmente de um vilão sem graça, o que é recorrente nos filmes da Marvel), há de se destacar como a questão do misticismo é bem incorporada na trama, apresentando tanto alguns conceitos bem interessantes quanto rendendo algumas sequências de força imagética deslumbrante.

Um comentário:

Marcelo Castro Moraes disse...

Como sempre vilão meio fraco e piadas que são inseridas em última hora. Mas o filme é bem divertido, herói bem desenvolvido e os efeitos visuais são os melhores do ano.

Ou seja, a formula Marvel ainda funciona mas até quando?