Por mais que haja uma coerência na forma com que os filmes
interagem dentro do seu universo e uma competente qualidade narrativa nas suas
realizações, a atual linha de produções cinematográficas da Marvel não permite
grandes variações e ousadias dentro de sua fórmula artística – claro que com
algumas honráveis exceções, como “Os guardiões da galáxia” (2014). Dentro dessa
lógica, “Dr. Estranho” (2016) é um exemplar bastante sintomático de tal
situação. Estão presentes boa parte dos preceitos formais e temáticos que já
pautaram os demais filmes das outras franquias, principalmente no que diz
respeito às obras que mostram as origens dos super-heróis, e que de certa forma
também são característicos dos próprios quadrinhos que as inspiraram. O diretor
Scott Derrickson segue tão à risca essa cartilha que por vezes temos a
impressão de se estar assistindo a refilmagem de “O homem de ferro” (2008), só
que por um prisma místico (as piadinhas bestas, por exemplo, são as mesmas).
Ainda assim, o ritmo da narrativa tem uma desenvoltura cativante e as cenas de
ação tem uma coreografia bem resolvida. E se por um lado o roteiro tem uma
mecânica um tanto previsível em excesso e falte uma efetiva tensão dramática
capaz de surpreender o espectador (culpa principalmente de um vilão sem graça, o
que é recorrente nos filmes da Marvel), há de se destacar como a questão do
misticismo é bem incorporada na trama, apresentando tanto alguns conceitos bem
interessantes quanto rendendo algumas sequências de força imagética
deslumbrante.
Um comentário:
Como sempre vilão meio fraco e piadas que são inseridas em última hora. Mas o filme é bem divertido, herói bem desenvolvido e os efeitos visuais são os melhores do ano.
Ou seja, a formula Marvel ainda funciona mas até quando?
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