O diretor norte-americano David Gordon Green não é
exatamente um grande inovador em termos de linguagem cinematográfica. No melhor
de sua filmografia, entretanto, mostrou-se como um cineasta de talhe clássico
na elaboração de narrativas sóbrias, no formalismo preciso e em roteiros bem
delineados. Assim, uma obra tão genérica e sem inspiração como “Especialista em
crise” (2014) causa frustração. Em um primeiro momento, o longa-metragem em
questão até parece promissor ao evidenciar uma trama que sugere uma crítica às
hipocrisias do marketing político típico da sociedade ocidental, ao mostrar um
duelo de dois consultores políticos dos Estados Unidos numa eleição de um país
latino-americano fictício. Os desdobramentos do roteiro vão desbotando essa boa
impressão ao apresentarem caracterizações simplórias e ingênuas de situações e
personagens, sempre embalado por estética e narrativa preguiçosas e sem graça.
Tal resultado final frustrante faz pensar que Gordon Green aceitou meio de má vontade
um projeto de encomenda...
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