quinta-feira, outubro 26, 2017

Quatro amigas e um casamento, de Leslye Headland **

As comédias norte-americanas contemporâneas que enveredam para a temática do retrato comportamental de gerações diversas (jovens, adultos e afins) parecem sempre andar no fio da navalha. Por vezes, aparecem algumas produções que realmente trazem uma visão lúcida sobre contradições e dilemas típicos dos tempos que vivemos, em meio aos habituais episódios de piadas grosseiras e escatológicas, tendo um resultado final artístico bem memorável – nessa linha, daria para citar alguns trabalhos mais recentes dos irmãos Farrelly. E também há o caso de um número considerável de filmes que caem na mais pura irrelevância. “Quatro amigas e um casamento” (2012) fica no meio caminho. Na primeira metade do longa, a narrativa até insinua uma visão sarcástica, por vezes até amarga, sobre os desencontros sentimentais e alguns padrões morais hipócritas da sociedade ocidental, com algumas cenas interessantes em termos de encenação e boas situações cômicas. Na parte final do roteiro, entretanto, tudo se formata em soluções convencionais e mesmo moralistas, em meio a um formalismo derivativo, frustrando as expectativas promissoras iniciais.

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