Em termos conceituais, daria para dizer que a metade inicial
de “Até o último homem” (2016) é necessária como uma espécie de preparação para
o meio final do filme, tendo a função de fazer o desenvolvimento dramático de
situações e personagens para garantir o impacto dramático das sequências de
guerra. Na prática, entretanto, esta primeira metade acaba se revelando
totalmente dispensável ao se revelar como um acúmulo mecânico de clichês
narrativos despejados sem a menor inspiração por parte do diretor Mel Gibson,
com personagens unidimensionais, encenação afetada e roteiro repleto de atos
apelativos e moralistas. Até essa etapa, a produção parece uma junção pouco articulada
de melodrama romântico e familiar meloso em excesso com drama de tribunal
fajuto. Se Gibson tivesse dispensado tal parte constrangedora e fizesse um
letreiro descritivo de fatos como aqueles da saga “Star Wars” teria poupado
tempo e paciência do espectador. “Até o último homem” começa mesmo a fazer
sentido quando entra as sequências de ação, ou sejas, as cenas de batalhas propriamente
ditas. Daí sim dá para sentir a mão daquele cineasta que gerou obras memoráveis
de alucinadas coreografias de brutalidade e sangue como “Coração valente”
(1995), “A paixão de Cristo” (2004) e “Apocalypto” (2006). Ainda que tomadas
por vezes por uma incômoda e excessiva atmosfera mista de religiosidade e
patriotismo, as sequências de guerra apresentam uma eficiente síntese de
violência gráfica, tensão dramática e realismo “sujo”. No cômputo geral, o
filme está longe de brilhantismo formal e temático de outras produções
contemporâneas que tiveram os campos de batalha da 2ª Guerra Mundial como
cenário, vide “O resgate do soldado Ryan” (1998) ou “A conquista da honra”
(2006), mas ainda assim garante Gibson como um nome de respeito dentro do
cinema de ação.
Um comentário:
Embora não seja completamente um filme de guerra, as cenas foram impressionantes. Eu amei o filme. Sempre fui fã do trabalho de Mel Gibson, é um profissional e em cada uma das suas obras me deixa hipnotizada com o seu grande talento de narrar à história e Até O Último Homem não é a exceção. Na minha opinião, Até O Último Homem foi um dos mehores mel gibson filmes. O filme superou as minhas expectativas, o ritmo da historia nos captura a todo o momento. Com protagonistas sólidos e um roteiro diferente. Se vocês são amantes dos filmes de guerra, este é um que não devem deixar de ver.
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