quarta-feira, setembro 13, 2017

O reencontro, de Martin Provost **1/2

Se em “Violette” (2013) o diretor francês Martin Provost conseguiu estabelecer uma narrativa marcada pelo classicismo sóbrio para contar uma história real que refletia de forma vigorosa alguns dos principais dilemas e conflitos artísticos-existenciais do século XX, em “O reencontro” (2017) ele envereda pelo gênero do melodrama de maneira bem menos contundente. A trama de caráter intimista até evoca um certo viés sócio-político no retrato de uma sociedade europeia cada vez mais desumanizada e vinculada a um regime sócio-econômico excludente e individualista. Por outro lado, Provost se rende a truques sentimentais um tanto apelativos e a soluções narrativas bastante formulaicas, ainda que a sua encenação guarde uma interessante síntese entre rigor e naturalidade. Além disso, há boas atuações em seu elenco, principalmente no trio protagonista vivido por Catherine Deneuve, Catherine Frot e Olivier Gourmet. Mas faltou para o filme aquela crueza formal cortante e o humanismo sem concessões que tornam as produções dos irmãos Dardenne, por exemplo, tão memoráveis dentro dessa linhagem de obras sócio-intimistas.

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