Não é preciso estar exatamente chapado para apreciar “Cheech
e Chong atacam novamente” (1980). É até provável que estando em um estado de
consciência alterado algumas pessoas poderão curtir a “viagem” melhor, mas a
verdade é que o filme foge dos padrões comportados do que seria considerado “aceitável”
em termos de uma comédia norte-americana comercial contemporânea. Dentro da
concepção artística da obra, elementos temáticos e estéticos vão sendo jogados
na narrativa de uma maneira que beira o aleatório – encenação por vezes
beirando o mambembe, paródia de ficção científica, comicidade que sintetiza
ingenuidade e escrotidão. Dentro de tal concepção narrativa que simula
amadorismo há uma certa coerência artística-existencial que joga o espectador
em uma espécie de universo paralelo movido à maconha e a um muito particular
senso de humor. No cômputo geral, uma produção deliciosamente anacrônica de
estranho encanto.
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