É de se elogiar a pretensão do diretor Marcelo Galvão pela
concepção do que deveria ter sido “Bellini e o demônio” (2008), algo como uma
releitura abrasileirada do misto de cinema noir e horror sobrenatural do
clássico “Coração satânico” (1987), com direito ainda a toques da estética
metafísica-delirante de David Lynch. As bem sacadas referências da obra,
entretanto, não encontram uma execução à altura de suas intenções artísticas. O
filme padece de uma narrativa trôpega e encenação vacilante, além da canastrice
irremediável do elenco e do roteiro estapafúrdio. Diante de tais equívocos
formais e temáticos, o resultado final é de uma ruindade constrangedora que por
vezes acaba caindo na comicidade involuntária – no final das contas, isso até
faz com que assistir ao filme de Galvão até seja uma experiência divertida!
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