Em seus filmes, os irmãos Dardenne obedecem a uma rigorosa
fórmula temática-estética-narrativa. Sãos obras que se configuram como sóbrios
contos morais a versarem sobre dilemas intimistas dentro de um contexto social
conturbado embalados num severo formalismo que dispensa artificialismos fáceis
e palatáveis, remetendo a escolhas artísticas herdadas da escola neorrealista. “A
garota desconhecida” (2016) não altera em nada desse habitual estilo fílmico
dos Dardenne. Não tem a mesma intensidade artística e existencial de “O garoto
da bicicleta” (2011) e “Dois dias, uma noite” (2014) e o sabor de deja vu
excessivo por vezes fica mais latente. Mesmo assim, por vezes, sua crueza estilística
e o humanismo a flor-da-pele da trama têm aquela síntese incômoda entre caráter
perturbador e encanto que marcou boa parte da filmografia dos cineastas.
Um comentário:
Ainda não assisti esse mas me interessou
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