Há algo de desequilibrado em “Aterrorizados” (2017). Por
vezes a encenação parece um tanto truncada, parte do elenco envereda por um tom
canastrão em suas interpretações, o roteiro fica especialmente confuso em
algumas passagens. Ocorre, entretanto, que tais “defeitos” também ajudam a dar
um charme especial para essa produção de horror dirigida pelo argentino Demián
Rugna, afastando a obra daquele caráter asséptico que grassa em boa parte do
que vem sendo feito no gênero nos últimos anos. Rugna evoca muito do melhor do
cinema do diretor italiano Lucio Fulci – há aquelas ambientações sujas e
sórdidas, o grafismo violento e perturbador e o tom obscuro na narrativa que
permearam obras clássicas como “Zombi 2” (1979) e “Terror nas trevas” (1981). É
claro que Rugna não tem a mesma classe artística de Fulci, mas ainda assim
consegue oferecer um filme de horror bastante eficaz em termos de tensão
dramática e teor imagético de forte impacto sensorial.
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