sexta-feira, julho 06, 2018

Aterrorizados, de Demián Rugna ***


Há algo de desequilibrado em “Aterrorizados” (2017). Por vezes a encenação parece um tanto truncada, parte do elenco envereda por um tom canastrão em suas interpretações, o roteiro fica especialmente confuso em algumas passagens. Ocorre, entretanto, que tais “defeitos” também ajudam a dar um charme especial para essa produção de horror dirigida pelo argentino Demián Rugna, afastando a obra daquele caráter asséptico que grassa em boa parte do que vem sendo feito no gênero nos últimos anos. Rugna evoca muito do melhor do cinema do diretor italiano Lucio Fulci – há aquelas ambientações sujas e sórdidas, o grafismo violento e perturbador e o tom obscuro na narrativa que permearam obras clássicas como “Zombi 2” (1979) e “Terror nas trevas” (1981). É claro que Rugna não tem a mesma classe artística de Fulci, mas ainda assim consegue oferecer um filme de horror bastante eficaz em termos de tensão dramática e teor imagético de forte impacto sensorial.

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