No primeiro terço de sua narrativa, “A chefa” (2016) até
insinua algo como uma crítica irônica a aspectos machistas e desumanos da
sociedade capitalista-consumista ocidental. Esse direcionamento, digamos, mais
ousado do filme, entretanto, logo é suplantado em nome de uma adequação aos
cânones mais comportados da comédia norte-americana contemporânea. Há até
algumas sequências engraçadas, principalmente quando o direto Ben Falcone deixa
aflorar um lado mais grotesco na encenação, mas o que prevalece mesmo é uma
lógica artística-temática conservadora e previsível. A própria atuação de Melissa
McCarthy parece uma extensão dessa abordagem, com a atriz repisando maneirismos
que haviam se mostrado mais eficazes em produções anteriores.
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