terça-feira, outubro 16, 2018

A chefa, de Ben Falcone **


No primeiro terço de sua narrativa, “A chefa” (2016) até insinua algo como uma crítica irônica a aspectos machistas e desumanos da sociedade capitalista-consumista ocidental. Esse direcionamento, digamos, mais ousado do filme, entretanto, logo é suplantado em nome de uma adequação aos cânones mais comportados da comédia norte-americana contemporânea. Há até algumas sequências engraçadas, principalmente quando o direto Ben Falcone deixa aflorar um lado mais grotesco na encenação, mas o que prevalece mesmo é uma lógica artística-temática conservadora e previsível. A própria atuação de Melissa McCarthy parece uma extensão dessa abordagem, com a atriz repisando maneirismos que haviam se mostrado mais eficazes em produções anteriores.

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