quinta-feira, outubro 18, 2018

Venom, de Ruben Fleischer **


No Universo Marvel dos quadrinhos, Venom é um dos supervilões mais importantes nas histórias do Homem-Aranha. Nesse sentido, talvez o mais relevante antagonista do herói aracnídeo que não foi criado por Stan Lee. Como levar a sério um filme sobre o personagem, dessa forma, em que ele é um super-herói e o Homem-Aranha não aparece em instante algum e sequer é mencionado? “Venom” (2018) é um reflexo perfeito do que está acontecendo em Hollywood na atualidade: na pressa em lucrar de qualquer maneira para aproveitar essa onda benfazeja de produções no gênero aventura de super-heróis, os estúdios por vezes fazem os seus filmes meio de qualquer jeito e procurando emular os principais preceitos narrativos e temáticos do que se tem feito na área nos últimos anos. No caso da produção dirigida por Ruben Fleischer, recicla-se os diálogos repleto de piadinhas bestas da franquia Homem de Ferro, o humor gráfico escroto e escatológico dos filmes de Deadpool, uma certa atmosfera sombria das obras protagonizadas por Wolverine. O resultado final dessa maçaroca de influências é uma apressada e despersonalizada adaptação dos quadrinhos. Não chega a ser exatamente algo mal feito, mas apenas executado sem maiores inspirações criativa e incapaz de efetivamente causar algum impacto para o espectador. E o patético gancho explícito para uma continuação expresso na inevitável cena pós-crédito mais acentua essa impressão de “Venom” ser um produto oportunista do que uma obra de alguma coerência artística, característica essa, por exemplo, que é marcante na grande maioria das produções originárias dos Estúdios Marvel.

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