No Universo Marvel dos quadrinhos, Venom é um dos
supervilões mais importantes nas histórias do Homem-Aranha. Nesse sentido,
talvez o mais relevante antagonista do herói aracnídeo que não foi criado por
Stan Lee. Como levar a sério um filme sobre o personagem, dessa forma, em que
ele é um super-herói e o Homem-Aranha não aparece em instante algum e sequer é
mencionado? “Venom” (2018) é um reflexo perfeito do que está acontecendo em
Hollywood na atualidade: na pressa em lucrar de qualquer maneira para
aproveitar essa onda benfazeja de produções no gênero aventura de super-heróis,
os estúdios por vezes fazem os seus filmes meio de qualquer jeito e procurando
emular os principais preceitos narrativos e temáticos do que se tem feito na
área nos últimos anos. No caso da produção dirigida por Ruben Fleischer,
recicla-se os diálogos repleto de piadinhas bestas da franquia Homem de Ferro,
o humor gráfico escroto e escatológico dos filmes de Deadpool, uma certa
atmosfera sombria das obras protagonizadas por Wolverine. O resultado final dessa
maçaroca de influências é uma apressada e despersonalizada adaptação dos
quadrinhos. Não chega a ser exatamente algo mal feito, mas apenas executado sem
maiores inspirações criativa e incapaz de efetivamente causar algum impacto
para o espectador. E o patético gancho explícito para uma continuação expresso
na inevitável cena pós-crédito mais acentua essa impressão de “Venom” ser um
produto oportunista do que uma obra de alguma coerência artística,
característica essa, por exemplo, que é marcante na grande maioria das
produções originárias dos Estúdios Marvel.
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