sexta-feira, outubro 05, 2018

Bad day for the cut, de Chris Baugh **1/2


Filmes de vingança têm um certo charme para parte do público. Tanto que viraram praticamente um subgênero dentro da linhagem policial-suspense. A produção britânica “Bad day for the cut” (2017) é mais uma obra voltada para essa temática e está bem longe de apresentar algo de especialmente transcendente em termos artísticos, mas também é verdade que é eficiente dentro de sua narrativa formulaica. A abordagem estética do diretor Chris Baugh é interessante, enveredando por um lado mais naturalista. O roteiro apresenta alguns elementos interessantes, principalmente por trazer à tona um submundo irlandês envolvido com tráfico de mulheres do leste europeu. A encenação é econômica e objetiva, valorizando as sequências graficamente mais violentas ao expor espancamento brutais e sangrentos com certo detalhismo, dispensando a assepsia visual. E mesmo o ator Nigel O’Neil chama atenção positivamente pela sua contida composição dramática do protagonista Donal, um fazendeiro solteirão e taciturno que parte numa desajeitada e furiosa jornada de revanche contra aqueles que mataram sua mãe. Ainda que por vezes envolvente para o espectador, é evidente também que esse conjunto formal-temáticol é derivativo e pouco memorável. É aquela coisa: fácil de ver numa noite preguiçosa em frente à TV, também fácil de esquecer.

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