Filmes de vingança têm um certo charme para parte do
público. Tanto que viraram praticamente um subgênero dentro da linhagem
policial-suspense. A produção britânica “Bad day for the cut” (2017) é mais uma
obra voltada para essa temática e está bem longe de apresentar algo de
especialmente transcendente em termos artísticos, mas também é verdade que é
eficiente dentro de sua narrativa formulaica. A abordagem estética do diretor
Chris Baugh é interessante, enveredando por um lado mais naturalista. O roteiro
apresenta alguns elementos interessantes, principalmente por trazer à tona um
submundo irlandês envolvido com tráfico de mulheres do leste europeu. A
encenação é econômica e objetiva, valorizando as sequências graficamente mais
violentas ao expor espancamento brutais e sangrentos com certo detalhismo,
dispensando a assepsia visual. E mesmo o ator Nigel O’Neil chama atenção
positivamente pela sua contida composição dramática do protagonista Donal, um
fazendeiro solteirão e taciturno que parte numa desajeitada e furiosa jornada de
revanche contra aqueles que mataram sua mãe. Ainda que por vezes envolvente
para o espectador, é evidente também que esse conjunto formal-temáticol é
derivativo e pouco memorável. É aquela coisa: fácil de ver numa noite
preguiçosa em frente à TV, também fácil de esquecer.
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