Na continuação do primeiro “Vizinhos” (2014), o diretor
Nicholas Stoller, também responsável por aquele primeiro filme, não mudou muito
em relação à abordagem artística – em meio a uma narrativa típica de comédia
escrachada, há um subtexto a criticar com ironia os dilemas e contradições da
classe média norte-americana contemporânea. Em “Vizinhos 2” (2018), inclusive,
até se insinua uma leve menção a questões feministas, o que permite à produção
ainda fazer uma leve desconstrução do gênero “filmes de fraternidade
universitária com muito sexo, drogas e rock and roll”. Há momentos bem
engraçados, principalmente quando se envereda pelo lado de um humor físico que
puxa para a linha entre o grosseiro, o violento e o levemente escatológico, mas
em um contexto geral prevalece uma incômoda sensação de clichês narrativos
sendo repisados com algum excesso. Paira uma impressão de que Stoller dá uma
frouxada na direção para acentuar uma atmosfera de comicidade alucinada, para dar
um clima mesmo de “chapação” para a narrativa. Se em alguns momentos essa
pretensão se revela justificada ao dar uma certa verdade para a encenação,
também é evidente em outras sequências que essa frouxidão na narrativa deixa “Vizinhos
2” um tanto enfadonho em suas soluções formais e temáticas.
Um comentário:
Assisti o primeiro e gostei muito. Porém, não quis o segundo pois sabia que a piada seria repetida. Visite o meu blog de cinema https://cinemacemanosluz.blogspot.com/2018/11/cine-dica-em-cartaz-o-grande-circo.html
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