O diretor Vicente Amorim atira para todos os lados em “Motorrad”
(2017) – fotografia estilo cartão postal a registrar uma região árida do
interior brasileiro, cenas de corridas e perseguições com motocicletas, direção
de arte que remete à franquia “Mad Max”, elementos fantásticos e forte teor de
violência gráfica que se relacionam a produções de horror contemporâneo. Na
ânsia de se mostrar “moderno”, erra em todos os alvos. Os mencionados elementos
diversos da narrativa não se ligam com alguma coerência estética e temática. Falta
convicção artística para tirar o seu filme daquela zona situada entre o fake e
o asséptico. As sequências de ação não têm brilho criativo, resvalando várias
vezes no francamente tosco. Não há efetiva tensão dramática nas cenas e os
personagens são destituídos de carisma. Nesse conjunto constrangedor de
equívocos, o filme cai com frequência no humor involuntário.
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