segunda-feira, março 11, 2019

Nunca convide o seu ex, de Ryan Eggold **


Na pretensão, “Nunca convide o seu ex” (2017) era para ser uma visão mais crua e desencantada da gasta premissa de protagonista levemente desajustado que percebe o quanto a sua vida desandou quando sabe que uma ex-namorada está prestes a se casar com outro e daí decide reverter a situação faltando poucos dias para o fatídico matrimônio. O filme do diretor Ryan Eggold também tem algo de “500 dias com ela” (2009) ao fazer um retrato irônico sobre os jovens adultos do século XXI, com direito a algumas referências de cultura pop (afinal, nerds e geeks adoram esse tipo de coisa auto-celebratória/marturbatória). Em meio a tantas intenções e influências, entretanto, a narrativa se perde devido a uma abordagem artística superficial e previsível. A pretensa transgressão de questionar os valores pequeno-burgueses se revela pífia – toda a saga de mal-estar existencial e equívocos do protagonista Adam (Justin Long) não causa qualquer tensão dramática, limitando-se a evocar uma estéril fotogenia estética e um insípido tratamento temático destinados a não perturbarem um público não muito exigente.

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