Desde o seu primeiro filme, a franquia “Atividade paranormal”
se apoia em um arsenal limitado de truques narrativos – filmagem estilo “amador”
(simulando a situação de que algum dos personagens estará sempre registrando o
que está acontecendo), sustos “inesperados” que surgem a partir de uma
encenação que evoca os aspectos corriqueiros do cotidiano, trama baseada na
gasta fórmula “personagens incrédulos que aos poucos vão se convencendo que
estão sendo assolados por forças do mal”. Ou seja, uma variação sem maiores
atrativos da fórmula consagrada em “A bruxa de Blair” (1999). Diante de tal
mesmice, é até louvável que o diretor Gregory Plotkin tenha procurado
acrescentar algo de novo nesse recente “Atividade paranormal: Dimensão fantasma”
(2015). Ainda que não representem exatamente uma novidade no gênero horror, os
recursos formais na obra em questão se mostram mais elaborados, principalmente
em termos de efeitos especiais e dinâmica narrativa. A história ganha uma
perspectiva mais ampla em seus desdobramentos. Apesar de tais tentativas,
entretanto, o filme não consegue avançar muito além daquilo que já havia sido
explorado nos trabalhos anteriores da franquia. A fórmula da trama, na
realidade, é aprisionadora, muito baseada em sustos baratos, fazendo com que
alguns aspectos promissores do roteiro (relação entre bruxas e demônios,
distorções temporais) sejam subaproveitados. Falta também para Plotkin uma
pegada criativa mais consistente para explorar de forma mais eficaz os clichês
narrativos típicos de um filme de terror. Do jeito que ficou, “Dimensão
fantasma” pode até render alguns momentos de diversão escapista razoável e
justificar comercialmente mais uma continuação oportunista, mas também está muito
longe de apresentar algo capaz de se fixar no imaginário do espectador.
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