A escolha da técnica de animação de stop-motion não é
gratuita dentro da particular concepção artística de “Minha vida de Abobrinha”
(2016). Durante toda a narrativa, paira uma sutil ambiguidade na abordagem do
diretor Claude Barras, em que uma trama envolvendo aspectos trágicos e de
retrato de uma dura realidade social recebe um tratamento de certa leveza e
ironia. Assim, a ambientação naif proporcionada pelo estilo gráfico do filme se
mostra em sintonia com esse aparente contraste entre a temática da produção e a
sua atmosfera. Na aparência, esse conceito narrativo estabelecido por Barras
pode sugerir uma tentativa de amenizar traços de melancolia do filme. Na
verdade, é justamente o contrário, pois as soluções formais e temáticas do
cineasta revelam um caráter desafiador ao fazer com que a animação se afaste do
melodramático e enverede por um sutil e comovente reflexão sobre a infância, o
abandono e a amizade. Todos os dilemas dramáticos que se apresentam no roteiro
são desenvolvidos e mesmo solucionados com naturalidade, enfatizando uma visão
existencial de considerável grau de ousadia que mescla aceitação e tolerância.
Ao lado desse forte discurso humanista, há também notáveis acertos narrativos e
estéticos por parte de Barras como o grafismo simples e encantador, a
carismática caracterização dos personagens e a bela trilha sonora baseada em
temas folk e pop.
2 comentários:
Queria muito ver esse filme mas se encontra somente em um horário ingrato no itau cinema
Bom artigo! Em 2017 houve filmes de animação excelentes, recentemente vi O Que Será de Nozes 2 eu recomendo, é ótimo! Eu recomendo, é um de os melhores filmes animação, acho que o ator principal fez um trabalho excepcional e demonstrou suas capacidades, adoro assistir filmes animados! É um filme que vale muito a pena ver. Adorei a participação de Jackie Chan. Espero poder seguir de pertos seus próximos projetos para a evolução do seu trabalho. Realmente recomendo!
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