quinta-feira, agosto 31, 2017

Hara-Kiri: A morte de um samurai, de Takashi Miike ****

Em um primeiro momento, pode parecer uma tremenda heresia fazer um remake de uma obra-prima monumental como o “Harakiri” (1962) de Masaki Kobayashi. Seria, realmente, se a refilmagem em questão estivesse nas mãos de um qualquer, mas quando o responsável é um Takashi Miike inspirado o risco acaba valendo à pena. Em termos de roteiro, “Hara-Kiri: A morte de um samurai” (2011) não acrescenta muito ao original de décadas atrás. A sua força está na encenação e narrativa de tremendo rigor artístico de Miike, bem como naquela atmosfera sutilmente demente que é característica no melhor da filmografia do cineasta. A beleza imagética, a forte densidade dramática e o humanismo pungente da trama compõem uma obra memorável que se equivale a outro expressivo de trabalho de Miike no campo das releituras, o insano “13 assassinos” (2010).

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