Em um primeiro momento, pode parecer uma tremenda heresia
fazer um remake de uma obra-prima monumental como o “Harakiri” (1962) de Masaki
Kobayashi. Seria, realmente, se a refilmagem em questão estivesse nas mãos de
um qualquer, mas quando o responsável é um Takashi Miike inspirado o risco
acaba valendo à pena. Em termos de roteiro, “Hara-Kiri: A morte de um samurai”
(2011) não acrescenta muito ao original de décadas atrás. A sua força está na
encenação e narrativa de tremendo rigor artístico de Miike, bem como naquela
atmosfera sutilmente demente que é característica no melhor da filmografia do
cineasta. A beleza imagética, a forte densidade dramática e o humanismo
pungente da trama compõem uma obra memorável que se equivale a outro expressivo
de trabalho de Miike no campo das releituras, o insano “13 assassinos” (2010).
Nenhum comentário:
Postar um comentário