sexta-feira, abril 06, 2018

Aliados, de Robert Zemeckis ***


Um drama romântico de 2º Guerra Mundial envolvendo espionagem e traições, com parte das ações ocorrendo em cenários exóticos, a essa altura do campeonato, pode sugerir algo de mofado e rotineiro, fazendo pensar em mais uma variação do clássico “Casablanca” (1942). O terço inicial de “Aliados” (2016) se desenvolve justamente na célebre cidade marroquina título do filme que celebrizou o par romântico de Humphey Bogart e Ingrid Bergman. É claro que a produção dirigida por Robert Zemeckis está bem longe de ter a elevada classe artística daquela de Michael Curtiz, mas ainda assim consegue apresentar algo de envolvente para o espectador, mesmo que se enquadre em todos os clichês do gênero. Atmosfera e direção de arte remetem a uma estilização de considerável encanto imagético, enquanto a encenação prima pela sobriedade, o que faz com que a narrativa não caia em excessos convencionais. E se Brad Pitt e Marion Cotillard não apresentam o mesmo carisma cênico de Bogart e Bergman, por outro lado suas caracterizações icônicas de precisas nuances psicológicas são convincentes e, por vezes, até comoventes diante o deslizar melancólico e trágico da trama.

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