Um drama romântico de 2º Guerra Mundial envolvendo
espionagem e traições, com parte das ações ocorrendo em cenários exóticos, a
essa altura do campeonato, pode sugerir algo de mofado e rotineiro, fazendo pensar
em mais uma variação do clássico “Casablanca” (1942). O terço inicial de “Aliados”
(2016) se desenvolve justamente na célebre cidade marroquina título do filme
que celebrizou o par romântico de Humphey Bogart e Ingrid Bergman. É claro que
a produção dirigida por Robert Zemeckis está bem longe de ter a elevada classe
artística daquela de Michael Curtiz, mas ainda assim consegue apresentar algo
de envolvente para o espectador, mesmo que se enquadre em todos os clichês do
gênero. Atmosfera e direção de arte remetem a uma estilização de considerável
encanto imagético, enquanto a encenação prima pela sobriedade, o que faz com
que a narrativa não caia em excessos convencionais. E se Brad Pitt e Marion
Cotillard não apresentam o mesmo carisma cênico de Bogart e Bergman, por outro
lado suas caracterizações icônicas de precisas nuances psicológicas são
convincentes e, por vezes, até comoventes diante o deslizar melancólico e
trágico da trama.
Nenhum comentário:
Postar um comentário