O Netflix queria produzir um filme dos irmãos Coen. Os brothers
não toparam e daí a Netflix resolveu pegar um diretor qualquer que procurasse
imitar da forma mais barata possível o estilo dos Coen. Essa historinha fictícia
(ou não) me veio à cabeça quando assisti a “Já não me sinto em casa nesse mundo”
(2017). Por vezes, essa obra dirigida pelo também ator Macon Blair consegue ser
até divertida, principalmente quando investe numa brutalidade gráfica que beira
o cartunesco. No mais, entretanto, a sensação é de um amontoado de clichês
narrativos típicos daquela síntese de comédia de erros e humor negro que
obras-primas como “Gosto de sangue” (1984) e “Fargo” (1996) fizeram colar em
nosso imaginário cinematográfico, mas que no filme de Blair é apenas jogado na
tela sem critérios e inspiração.
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