Em termos conceituais-narrativos, na comparação com “O
Homem-Formiga” (2015), o diretor Peyton Reed pouco mudou em “Homem-Formiga e a
Vespa” (2018). A fórmula é aquela mesma, aventura escapista com toques de
melodrama familiar e um monte de piadinhas bestas (algumas até bem engraçadas).
A narrativa e o roteiro demoram um pouco a engrenar, principalmente pelo
excesso de explicações pseudocientíficas e de dilemas sentimentais dos
personagens. Na metade final do filme, entretanto, prevalece um ritmo de ação
mais frenético, por vezes quase desgovernado, e daí as coisas melhoram
bastante. Até os momentos engraçadinhos ficam bem mais funcionais. Há um
casamento eficaz entre a criatividade dos efeitos digitais com a ótimas
coreografias de lutas e perseguições automobilísticas e que acaba gerando
algumas sequências memoráveis. Além disso, a caracterização do mundo quântico é
repleta de excelentes sacadas visuais, deixando aquele gostinho de quero mais
(aliás, uma interessante possibilidade criativa de histórias para os Estúdios
Marvel, como comprova uma das cenas pós-créditos), e as atuações do elenco têm
uma forte empatia cênica (destaque para o carisma boa-praça de Paul Rudd e as
boas tiradas cômicas de Michael Peña). Na comparação com outras produções do
universo cinematográfico Marvel, “Homem-Formiga e a Vespa” não tem a
perturbadora densidade dramática de “Os Vingadores: Guerra infinita” (2018) ou
a combinação insana de brutalidade e ironia de “Thor: Ragnarok” (2017), mas é
mais empolgante que o correto “Pantera Negra” (2018) e mesmo que o primeiro
filme de 2015. Ou seja, por mais que todas as estratégias de marketing dos
estúdios Marvel possam encher o saco, se eles continuarem entregando produções
divertidas como essa é provável que toda essa onda de filmes de super-heróis
ainda vá muito longe...
Um comentário:
Homem-Formiga e a Vespa é uma aventura divertida e heroicamente verdadeira para toda a família. Saiba mais no meu blog https://cinemacemanosluz.blogspot.com/2018/07/cine-dica-em-cartaz-homem-formiga-e.html
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