Pode-se dizer que “8 mulheres e meia” (1998) é uma variação
dos preceitos estéticos e temáticos que o diretor britânico Peter Greenaway
tinha colocado em prática em outros de seus filmes com resultados mais
satisfatórios. Ainda assim, uma obra menor de Greenaway é sempre bem mais
interessante que a grande maioria dos filmes que estão em cartaz. Na produção
em questão, há aquela combinação habitual do cineasta – barroquismo delirante,
atmosferas carregadas de erotismo mórbido, caracterizações estilizadas de
personagens e situações, roteiro repleto de simbolismos diversos. Por vezes os
exageros formais e o cerebralismo que permeiam o longa, assim como o tom lúdico
e intrincado do roteiro a versar sobre opressão machista/econômica, deixam a
narrativa um tanto irregular e cansativa, mas em boa parte das sequências há
aquele impacto imagético/sensorial que deixa o espectador tanto desconcertado
quanto encantado com esse cinema muito peculiar de Greenaway.
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