segunda-feira, agosto 13, 2018

Dores de amores, de Raphael Vieira *1/2


Pelo menos em suas intenções artísticas, “Dores de amores” (2012) poderia sugerir algo de promissor. A narrativa procura uma síntese entre o realismo e atmosferas estilizadas/delirantes, o roteiro investe em um viés crítico e irônico sobre as relações amorosas/sexuais, o elenco traz alguns dos nomes mais expressivos do cinema brasileiro dos últimos anos. O problema do filme dirigido por Raphael Vieira é que a junção disso tudo não dá liga. A encenação é over é afetada, descambando com frequência para um incômodo tom de empostação teatral. E mesmo as situações de suposta ousadia da trama se perdem em soluções óbvias e simplórias. Além disso, alguns detalhes pictóricos como a inserção de cenários grafitados soam como meros adereços imagéticos, não tendo uma efetiva ligação com a narrativa. Ou seja, as altas pretensões estéticas/temáticas da produção ficaram bem longe de se concretizar diante de uma execução tão equivocada.

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