O diretor James Wan pode ser considerado como o nome mais
expressivo do horror cinematográfico mainstream contemporâneo, pelo menos em
termos comerciais. A milionária franquia “Invocação do mal” e seus derivados
são provas enfáticas dessa constatação. Se formos pensar no lado artístico
disso, entretanto, pode-se ver que ele está muito mais para um esforçado
reciclador de clichês narrativos do que para um cineasta de evidente marca
autoral ou mesmo com uma pegada mais criativa, ainda que por vezes ele se
mostre eficaz nessa sua abordagem mais convencional. “Sobrenatural” (2010) é um
exemplar esclarecedor dessa tendência estética-temática de Wan. Todos os artifícios
narrativos são puro deja vu de coisas que o espectador já viu diversas vezes em
produções do gênero: o roteiro que sintetiza “O exorcista” com filmes de casa
mal-assombrada, trucagens digitais um tanto assépticas, encenação e
enquadramentos que obedecem as fórmulas de sustos fáceis e óbvios. Ok, pode-se dizer
que parte do público desse tipo de filme espera isso mesmo e nesse sentido o
filme de Wan entrega até com alguma eficiência esse arsenal de truques baratos.
É fato também, entretanto, que a previsibilidade formal-textual de “Sobrenatural”
tira muito da tensão dramática da obra, fazendo com que aquelas sequências que
deveriam ser efetivamente assustadoras acabem tendo um impacto sensorial
irrelevante. Ou seja, o filme até pode distrair por uma hora e meia, mas no
final das contas é uma experiência audiovisual banal e pouco memorável.
Um comentário:
Assisti a somente o primeiro e o segundo filme. Depois disso é só caça níquel
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