Não dá para dizer que “Amigos filmam amigos” (2018) seja
propriamente um documentário de longa-metragem. Está mais para uma ação de
amigos e admiradores do cinema da Boca do Lixo paulista que fizeram uma espécie
de homenagem fílmica a alguns dos principais profissionais daquele cenário e
época. São cinco episódios conduzidos cada um por diretores diferentes e com
resultados artísticos igualmente diversos. Se a parte que focaliza o ator José
Lopes (o Índio) peca pelo excesso de sentimentalismo, aquelas protagonizadas
pelo diretor de fotografia Virgílio Roveda, o ator Satã e o cineasta Tony
Ciambra são apenas corretas, ou seja, informativos e bastante convencionais (o
que não deixa de ter seus atrativos para aqueles interessados na história do
cinema nacional). O melhor episódio disparado é o dedicado ao diretor José
Miziara, responsável por alguns grandes sucessos comerciais nos anos 80. Gabriel
Carneiro, diretor responsável por esse segmento, vai muito além do didático,
conseguindo fazer um retrato contundente e melancólico sobre um talentoso
artista amargurando um ostracismo devido aos impiedosos ditames da indústria
cultural contemporânea.
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
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