Os primeiros 20 minutos de “Guerra fria” (2018) são bem
interessantes e fazem valer o ingresso para ver o filme: na Polônia do início
da década de 50, dois musicistas percorrem o interior do país registrando
cantos folclóricos, selecionando jovens cantores e dançarinos e por fim
montando espetáculos tendo por base o cancioneiro que colheram. A fotografia e
a narrativa que evocam um certo tom documental, a beleza bruta da música e a
ótima fotografia compõem um todo sedutor. Depois, o filme se converte em um
melodrama romântico previsível e beirando o banal, além de trazer uma abordagem
muito estereotipada e conservadora dos conflitos políticos e ideológicos da
época. De qualquer forma, a plasticidade extrema conferida pelo diretor Pawel
Pawlikowski acaba deixando as coisas agradáveis de se ver (mesmo a sujeira e
violência de algumas passagens se mostram quase palatáveis). Assim, apesar de
todo o anacronismo estético-existencial e a impressão constante de se assistir
a um “Casablanca” (1942) reciclado, “Guerra fria” não deixa de ser uma obra
curiosa (principalmente, vale a pena reforçar, por aquelas sequencias
iniciais).
Um comentário:
"Guerra Fria" é um filme romântico, melancólico, além de ser uma obra de arte para aqueles que sabem apreciar um futuro grande clássico. Saiba mais no meu blog. https://cinemacemanosluz.blogspot.com/2019/02/cine-dica-em-cartaz-guerra-fria-os.html
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