Se “Uma aventura Lego 2” (2019) não chega a ser uma decepção
como “WiFi Ralph – Detonando a internet” (2018), também não chega a ser tão
empolgante e divertido como “Lego Batman: O filme” (2017). O filme pouco avança
em relação ao que já havia sido apresentado em “Uma aventura Lego” (2014), mas,
mesmo assim, ainda consegue se manter como uma animação acima da média. Há boas
sacadas em termos visuais e de ideias de roteiro – nesse último aspecto, acaba
fazendo algumas ironias ácidas contra a tendência apocalíptica e sombria “fake”
e apelativa de alguns blockbusters norte-americanos mais recentes. A forma com
que o universo fantástico dos bonecos e o mundo “real” dos humanos convivem
também tem um interessante teor de criatividade. O subtexto até apresenta
algumas ousadias ao fugir de uma tendência mais conservadora e evocar valores
como tolerância e respeito em relação ao diferente. É claro que o lado de
narrativa de aventura e grafismo detalhista e exuberante são fatores bastante
atraentes para o público, assim como os diálogos e situações da trama que
aludem a referências de cultura pop são prato cheio para o público nerd. No
final das contas, entretanto, o que torna o filme de Mike Michell como uma
produção memorável é essa tendência na valorização do humanismo em suas
soluções temáticas.
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