segunda-feira, abril 15, 2019

O passageiro, de Jaume Collet-Serra **


Um filme de ação cuja trama traz um protagonista interpretado por Liam Neeson que é (aparentemente, pelo menos) um cidadão comum ou um pobre coitado em crise existencial-econômica-familiar que se vê envolvido em algum grande crime ou conspiração e com o desenrolar da narrativa acaba se revelando um sujeito de enorme sagacidade e desenvoltura que dá umas porradas nos vilões, descobre mistérios de maneira que beira o sherlockiano e até tem direito a uma redenção conciliadora com os seus entes queridos, o seu passado conturbado ou tudo isso junto. Quanta vezes você viu esse filme? Pois é, eu também assisti a diversas variações dessa fórmula, quase sempre pouco satisfatórias. “O passageiro” (2018) é mais uma derivação dessa concepção artística-comercial “consagrada”, o próprio diretor Jaume Collet-Serra trabalhou com Neeson em outros filmes bem parecidos. E aqui dá até para fazer valer um outro clichê: é um filmezinho por vezes divertido, que garante o interesse por alguns instantes em frente à televisão em uma noite de sonolência, mas que assim que termina pouca coisa fica retida na nossa mente. É claro que existe argumentos evidentes de que há muito público para diversão escapista medíocre, que o veterano Neeson tem direito a ganhar uma grana fácil nessa altura da sua vida. Ok, mas também há o direito de se constatar de maneira óbvia que “O passageiro” representa uma vertente preguiçosa e pouco memorável no gênero ação dos últimos anos.

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