quarta-feira, abril 10, 2019

Shazam!, de David Sandberg **1/2


Para começo de conversa, sempre conheci o protagonista de “Shazam!” (2019) como Capitão Marvel. Assim, já começa como uma estranheza o próprio nome do filme. E um certo descompasso criativo é o que marca a produção dirigida por David Sandberg. Em boa parte de sua narrativa, predomina o tom de uma síntese entre aventura e comédia a exaltar valores juvenis e familiares, mas por vezes são inseridos alguns elementos temáticos e gráficos bastante sombrios, principalmente em sequências fortes de mutilação e morte e na caracterização visual dos monstros/pecados. A obra até procura em alguns momentos uma densidade dramática, flertando com o pesado assunto do abandono infantil, atenuada, entretanto, pelo caráter pueril de várias sequências do filme. As diversas cenas de ação e as inúmeras trucagens digitais são competentes e espalhafatosas, mas nada especialmente diferente ou memorável. Ou seja, no geral, “Shazam!” é uma produção rotineira e esquecível. Contudo, diante da ruindade absoluta de outros filmes originários do universo dos quadrinhos da DC como “Esquadrão Suicida” (2016) e “Aquaman” (2018), acaba ganhando algum destaque artístico justamente por não pisar na bola de forma tão clamorosa.

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