Canções populares brasileiras, ou bregas como preferem
outros, moldam a trama e a narrativa de “Paraíso perdido” (2018). É uma
premissa criativa interessante e os recursos disponíveis para a diretora
Monique Ganderberg sugeriam uma produção promissora – elenco com nomes
expressivos, direção de arte e fotografia estilizadas que evocam um misto de sordidez
e sofisticação e, claro, um belo cancioneiro para dar combustão aos números
musicais e mesmo ao roteiro. Ainda assim, o filme tem um resultado final pouco
satisfatório. A direção de Ganderberg é pouco ousada e desprovida de vigor, com
um medo elitista de parecer exagerada ou ridícula, fazendo com que aquele
aspecto mais derramado e visceral que deveria ser a tônica da narrativa acabe
se convertendo em uma formatação previsível e asséptica. Digamos que os reais
admiradores desse universo de exacerbado romantismo/sentimentalismo ficariam
pouco atraídos pelo estilo soft e anódino de “Paraíso perdido”. Para aqueles
que se interessam pela conjugação cinema e música popularesca/brega, vale muito
mais a pena ver o pungente documentário “Vou rifar meu coração” (2012).
Um comentário:
😍😍
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