O diretor Vinicius Coimbra trabalhou em algumas novelas e
outras produções televisivas da Globo nesses últimos anos. Esse seu histórico
na TV fica evidente na própria concepção artística de “A floresta que se move”
(2015), seu filme mais recente. A intenção da obra era adaptar “Macbeth”, a
clássica peça teatral de Willian Shakespeare, para o contexto contemporâneo
brasileiro, fazendo com que a bastante conhecida trama envolvendo poder,
traição, culpa e morte se enquadrasse dentro de um cenário envolvendo valores
pequeno burgueses e a rotina de picaretagens econômicas de grandes bancos. Se
as ambições de Coimbra até parecem interessantes, o resultado final,
entretanto, deixa muito a desejar. O filme naufraga de forma constrangedora em
todos os seus aspectos: o roteiro é destituído do menor traço de sutileza, a
encenação é truncada e beira o amador na caracterização de cenas e personagens,
o elenco abusa da canastrice dramática, o formalismo é asséptico e
despersonalizado evocando um reclame alongado ou mesmo um insípido capítulo de
uma novela qualquer. Se a intenção do espectador era ver uma versão
cinematográfica para um texto original de Shakespeare, é melhor procurar algum
trabalho dirigido por Kenneth Branagh. Mas se por outro o desejo da plateia é
assistir a alguma tranqueira, dá para encarar esse “A floresta que se move”.
Afinal, sua ruindade é tão escancarada que chega até a ser divertida.
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