Tinha tudo para ser um puta filme: o mesmo diretor dos
excelentes “Coração louco” (2009) e “Tudo por justiça” (2013), a impressionante
história real que inspirou a obra-prima “Os infiltrados” (2006) e um elenco
repleto de ótimos atores. O resultado final de “Aliança do crime” (2015),
entretanto, fica bem aquém dessas altas expectativas. Por vezes, até dá para
sentir algumas fagulhas criativas que dão uma ideia do que o filme poderia ser,
principalmente em algumas sequencias de ação e violência que mostram que Scott Cooper
tem um talento natural para esse tipo de cenas. O que falta para a produção é
uma narrativa equilibrada e dinâmica que consiga conciliar esses bons momentos
de forma mais satisfatória. No geral, prevalece uma abordagem burocrática e
despersonalizada que faz com que o filme raramente consiga despertar alguma
tensão efetiva ou empatia pelas situações e personagens. O roteiro é
tremendamente superficial e derivativo, além das caracterizações dramáticas do
elenco serem afetadas e caricaturais. Falta uma densidade estética e temática
melhor trabalhada – do jeito que ficou, parece que se está vendo um episódio qualquer
daqueles programas televisivos banais sobre crimes em que a encenação parece um
mero pretexto para o conteúdo jornalístico apelativo, o que acaba sendo muito
pouco para um cineasta como Cooper.
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