O diretor norte-americano Jim Mickle tinha se mostrado como
um nome promissor dentro do cinema fantástico quando lançou o ótimo “Stake Land”
(2010), obra que combinava de forma eficiente horror e ficção científica. As
boas expectativas da produção mencionada, entretanto, não se confirmam em “Somos
o que somos” (2013). No filme em questão, o cineasta volta ao gênero terror,
buscando uma abordagem dentro mais da tensão psicológica do que no escatológico
escancarado. Ocorre que essa atmosfera de suspense nunca se mostra consistente
de maneira efetiva. A encenação é rígida e esquemática, e, aliada a um roteiro
excessivamente formulaico, faz com que a narrativa nunca engrene. Faltou uma
caracterização de personagens e situações menos superficial e um elenco com
intepretações mais carismáticas. Mesmo nas sequenciais iniciais, em que
predominam as cenas mais sangrentas e explícitas, há uma impressão de estética
asséptica e bem comportada. Para uma obra que versa sobre canibalismo e se
pretende com um viés de conto gótico, fica a impressão da necessidade de uma
maior ousadia formal e temática capaz de gerar para o espectador uma experiência
audiovisual memorável e perturbadora.
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