Em se tratando de animações originárias do estúdio Pixar,
sempre dá para esperar um padrão de qualidade diferenciado – um grafismo
requintado na combinação de realismo e estilização, narrativas que permitem o
entrecruzamento fluente entre toques cômicos e leve dramaticidade (por vezes,
até beirando o efetivamente sombrio), roteiros bem delineados e com personagens
de caracterização carismática. Em “Procurando Dory” (2016), estão presentes todos
esses preceitos, resultando numa obra divertida e envolvente (ainda que boa
parte do terço final soe um tanto histérico e desnecessário). É evidente
também, entretanto, que o filme não vai muito além disso, soando como uma
variação competente e sem maiores ousadias de “Procurando Nemo” (2003), podendo
soar frustrante para quem esperava algo mais transcendente na linha dos
extraordinários “Os incríveis” (2004) e “Wall-E” (2008). Parece que depois do
fiasco comercial que foi o brilhante e alucinado “John Carter: Entre dois
mundos” (2012) o diretor Andrew Stanton preferiu apostar numa fórmula artística
segura. Ou seja, no cômputo geral, “Procurando Dory” é diversão garantida, mas
dessa vez quem leva a melhor como animação mais impactante da temporada é a Disney
com “Zootopia”.
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