Em um mundo tomado por uma epidemia misteriosa e altamente
contagiosa, onde água e comida se tornam bens escassos e valiosos, uma família
vive isolada numa casa no meio de uma floresta e ao se aproximar de um outro
clã acaba entrando em um irrefreável vórtice de paranoia e violência. Essa
trama básica de “Ao cair da noite” (2016) não chega a ser exatamente uma
novidade e mesmo a sua narrativa não apresenta maiores sobressaltos criativos.
Ainda assim, o filme do diretor Trey Edward Shults chama a atenção pela forma segura
com que clichês formais e temáticos se desenvolvem na tela. Por mais que os
rumos da trama sejam previsíveis, a produção tem alguns momentos que conseguem
causar uma genuína tensão dramática para as plateias, principalmente pela
encenação precisa e sóbria articulada por Shults e pela valorização de um
convincente suspense psicológico, em que as explosões de brutalidade e de
grafismo entre o escatológico e o mórbido são econômicas, em termos de
quantidade de cenas de tal natureza, e eficazes no seu sensorialismo.
Um comentário:
Filmes simples, direto e genial
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