Dentro do quesito de padrão de criatividade contemporâneo
nas animações feitas por grandes estúdios, a Pixar é a que mais se destacou no
aspecto de ousadia nos últimos vintes anos, principalmente por saber conciliar
os ditames das narrativas tradicionais no gênero com grafismo requintado e
moderno e roteiros repletos de sagacidade e densidade dramática acima da média.
Mesmo quando enveredava para continuações de sucessos, o estúdio conseguia
manter essa abordagem artística (vide, por exemplo, o coerente amadurecimento
emocional na franquia “Toy Story”). Dentro da riqueza desse contexto histórico,
uma produção como “Carros 3” (2017) acaba sendo ainda mais frustrante. Não
chega a ser um filme ruim – é apenas irrelevante e por vezes beira o insosso. É
claro que algumas sequências de ação são divertidas, principalmente quando
envolvem as corridas de carros, mas passando metade da trama até tais momentos
vão se tornando cansativos na sua previsibilidade narrativa. Clichês de
produções sobre esportistas em decadência são reciclados sem maiores
inspirações e nem mesmo a habitual competência de seu grafismo consegue alterar
o clima de marasmo da animação. Para quem quiser ver algo de diferente dentro
dessa temática, recomenda-se o brilhante “Ricky Bobby – A toda velocidade”
(2006).
Um comentário:
O problema que boa parte dos grandes talentos da Pixar esta trabalhando agora para Disney definitivamente. Sinceramente prevejo o fim desse revolucionário estúdio.
Postar um comentário