sexta-feira, abril 12, 2019

Paraíso perdido, de Monique Ganderberg *1/2


Canções populares brasileiras, ou bregas como preferem outros, moldam a trama e a narrativa de “Paraíso perdido” (2018). É uma premissa criativa interessante e os recursos disponíveis para a diretora Monique Ganderberg sugeriam uma produção promissora – elenco com nomes expressivos, direção de arte e fotografia estilizadas que evocam um misto de sordidez e sofisticação e, claro, um belo cancioneiro para dar combustão aos números musicais e mesmo ao roteiro. Ainda assim, o filme tem um resultado final pouco satisfatório. A direção de Ganderberg é pouco ousada e desprovida de vigor, com um medo elitista de parecer exagerada ou ridícula, fazendo com que aquele aspecto mais derramado e visceral que deveria ser a tônica da narrativa acabe se convertendo em uma formatação previsível e asséptica. Digamos que os reais admiradores desse universo de exacerbado romantismo/sentimentalismo ficariam pouco atraídos pelo estilo soft e anódino de “Paraíso perdido”. Para aqueles que se interessam pela conjugação cinema e música popularesca/brega, vale muito mais a pena ver o pungente documentário “Vou rifar meu coração” (2012).

Um comentário:

wAMOR disse...

😍😍