quarta-feira, setembro 16, 2015

O tenente sedutor, de Ernst Lubitsch ****

É comum ao se ler análises sobre filmes, músicas, livros HQ e afins que contam já com algumas décadas de existência expressões do tipo “não envelheceu bem”, “é datado” e outras frases parecidas. É claro que uma obra se adequa ao tempo em que foi concebida, com detalhes como técnica, estilo, tecnologia e costumes sendo emblemáticos desse período. Mas em sua essência artística, naquilo que diz respeito a criatividade e sagacidade, essa mesma obra é atemporal, para o bem e para o mal. Essa breve reflexão serve para referenda que um filme extraordinário como “O tenente sedutor” (1931) sempre será capaz de cativar plateias, independente do ano em que for visto. O que prevalece sempre é a genialidade do diretor Ernest Lubitsch em termos de encenação e ironia ácida. Os diálogos repletos de tiradas sacanas, a narrativa de ritmo envolvente, as atuações carismáticas e bem humoradas do trio principal de atores, a elegância da composição cênica e as canções espirituosas que pontuam a trama compõem uma produção antológica, cujo grau de transgressão e precisa concisão estética permanece sempre atual e relevante.

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