sexta-feira, setembro 11, 2015

Ted 2, de Seth MacFarlane **

O primeiro “Ted” (2012) trazia uma síntese narrativa bem interessante – era uma comédia que se formatava dentro de um padrão convencional de narrativa com uma trama repleta de momentos hilários baseados num coquetel de grosserias, piadas politicamente incorretas, escatologias e citações pop, tendo um sutil subtexto de caráter libertário e crítico das hipocrisias moralistas da sociedade norte-americana. Em “Ted 2” (2015), o diretor Seth MacFarlane não atinge o mesmo equilíbrio temático e estético da produção anterior. O referido subtexto contestatório fica em primeiro plano no roteiro, com uma história que se baseia na luta do ursinho protagonista em defesa de seus direitos civis. É claro que o filme não se leva totalmente a sério nesse viés político, com o próprio Ted tirando uma onda com o teor edificante da produção. Ainda assim, o filme perde muito da sua fluência narrativa a partir desse direcionamento criativo de MacFarlane. Não que as questões levantadas pelo filme não sejam pertinentes e relevantes. Pelo contrário. O fato é que a abordagem de “Ted 2” retira aquele pique alucinante de gags ácidas que era a tônica do filme anterior em nome de uma orientação mais comportada, resultando numa composição dramática pouco convincente e por vezes até enfadonha. E se o ursinho continua carismático e mesmo Mark Wahlberg se mostra bem à vontade na sua caracterização largadona de maconheiro abobado, por outro lado é uma baita bola fora colocar a inexpressiva Amanda Seyfried no papel principal feminino e ter um Morgan Freeman completamente no piloto automático.

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