A trama da produção britânica “As mulheres de Adam” (2000)
até evocam um certo caráter libertário e contestador ao mostrar como o
personagem do título (Stuart Townsend) se insere dentro de uma família
pequeno-burguesa ao noivar com a jovem Lucy (Kate Hudson), transando com as
irmãs da moça e ganhando a simpatia ainda da mãe e do irmão, fazendo com que
desejos e comportamentos reprimidos se aflorem. A obra procura dar o enfoque de
várias perspectivas sobre o que está acontecendo em cena, o que dá uma
interessa ótica subjetiva para a história. Assim, há momentos bem divertidos e
por vezes até prevalece uma certa atmosfera amoral na narrativa, fazendo
lembrar o clássico “Teorema” (1968) de Pier-Paolo Pasolini. Mas as soluções
formais e mesmo de roteiro do diretor Gerard Stembridge estão longe daquelas do
genial cineasta italiano e não conseguem levar as ousadias iniciais para um
desenvolvimento mais impactante e memorável. No final, até se tem a impressão
de uma simpática produção, mas que dá uma sensação de frustração por não ter
levado até o fim as suas ambições artísticas e existenciais.
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