segunda-feira, junho 20, 2016

Prova de coragem, de Roberto Gervitz *1/2

Havia uma certa confluência de fatores que fazia com que a produção brasileira “Prova de coragem” (2015), dirigida por Roberto Gervitz, fosse uma obra promissora. Para começar, a produtora Monica Schmiedt havia dirigido o ótimo documentário “Extremo sul” (2005), que tinha como mote principal uma expedição de escalada ao Monte Sarmiento na Terra do Fogo que acaba fracassando antes mesmo de começar, e que se relaciona a um dos aspectos principais da trama de “Prova de coragem”. Já o roteiro do filme de Gervitz tem como base um romance de Daniel Galera, autor esse que já havia tido uma obra sua adaptada para o cinema com resultados bastante interessantes em “Cão sem dono” (2007), fazendo um retrato contundente do vazio existencial dos “jovens adultos” desse novo século. Ocorre que as expectativas geradas por tais indícios positivos, entretanto, acabam sendo frustradas diante do resultado final de “Prova de coragem”. O roteiro do filme até sugere algumas questões e dilemas que poderiam render algo efetivamente capaz de prender a atenção do espectador, dentro da característica abordagem intimista de Galera, mas o tratamento formal proposto por Gervitz é tão apático que joga por terra qualquer chance da produção decolar. Uma encenação engessada e artificial em demasia (as cenas de flashback, por exemplo, parecem teatro de escola), a narrativa nada inspirada e o elenco repleto de atuações inexpressivas (o protagonista vivido por Armando Babaioff, em especial, é um primor de canastrice) jogam o filme para o limbo das nulidades cinematográficas.

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