Antes de mais nada, é bom deixar claro que essa nova versão
de “Caça-fantasmas” (2016) está longe de ser um manifesto feminista. Não que a
questão do gênero das protagonistas não tenha um peso importante no remake,
pois algumas das nuances na construção das situações e personagens da trama
passam por um viés feminino. Aliás, é responsável justamente pelos pontos mais
interessantes do filme – as quatro atrizes protagonistas são bastante convincentes
e carismáticas, além da bela sacada do roteiro da relação que se estabelece
entre elas e o secretário-burro-sexy Kevin (Chris Hemwworth, numa atuação
cômica surpreendente). Tirando tais aspectos, o remake dirigido por Paul Feig é
muito mais representativo de uma tendência do cinema de aventura contemporâneo,
em que o abuso de efeitos especiais e uma narrativa frenética deixa tudo com
uma certa atmosfera histriônica e pouco imaginativa. Mesmo o fato de procurar
fazer uma paródia dos clichês do cinema de horror moderno acaba soando um tanto
redundante pela constatação de que boa parte das produções do gênero na
atualidade já parece uma caricatura. Assim, ao invés do charme ingênuo e
bem-humorado do filme original de 1984, o espectador fica com a sensação de uma
obra genérica e pouco memorável.
Um comentário:
Eu particularmente gostei, achei divertido e fazia tempo que não assistia uma boa comédia no cinema.
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