terça-feira, agosto 09, 2016

O caminho para Berlin, de Sergei Popov **

A trama do drama de guerra “O caminho para Berlin” (2015) faz lembrar bastante o argumento do clássico de mesmo gênero “A glória de um covarde” (1951). O foco principal dos roteiros de ambas as obras está na trajetória de redenção de militares que diante de uma batalha se acovardam e depois em outras oportunidades de combate acabam se redimindo perante os companheiros e sua própria consciência. A perspectiva existencial dos dois filmes é semelhante, buscando mais o viés humanista de questionamento dos ideais de coragem e patriotismo do que exaltar o heroísmo e o nacionalismo. Em seus resultados finais, entretanto, as produções se mostram bem destoantes. Enquanto a obra-prima de John Huston era uma narrativa compacta, de caracterização psicológica complexa e com memoráveis sequências de ação, o filme mais recente do russo Sergei Popov traz uma concepção melodramática e convencional em excesso, em que mesmo as cenas de violência trazem uma execução sem maiores ousadias e brilho.

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