A trama do drama de guerra “O caminho para Berlin” (2015)
faz lembrar bastante o argumento do clássico de mesmo gênero “A glória de um
covarde” (1951). O foco principal dos roteiros de ambas as obras está na
trajetória de redenção de militares que diante de uma batalha se acovardam e
depois em outras oportunidades de combate acabam se redimindo perante os
companheiros e sua própria consciência. A perspectiva existencial dos dois
filmes é semelhante, buscando mais o viés humanista de questionamento dos
ideais de coragem e patriotismo do que exaltar o heroísmo e o nacionalismo. Em
seus resultados finais, entretanto, as produções se mostram bem destoantes.
Enquanto a obra-prima de John Huston era uma narrativa compacta, de
caracterização psicológica complexa e com memoráveis sequências de ação, o
filme mais recente do russo Sergei Popov traz uma concepção melodramática e
convencional em excesso, em que mesmo as cenas de violência trazem uma execução
sem maiores ousadias e brilho.
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