quarta-feira, março 09, 2016

A floresta de Jonathas, de Sergio Andrade **1/2

Retratar a floresta amazônica como um personagem próprio e também como uma espécie de impenetrável inferno verde não é das tarefas mais fáceis. Boa parte dos cineastas que tentou essa abordagem acabou se dando mal. Hector Babenco conseguiu um resultado memorável dentro desse intento artístico no extraordinário “Brincando nos campos do senhor” (1991). “A floresta de Jonathas” (2012) até mostra algumas concepções interessantes, assim como algumas sequências expressivas em termos imagético e de atmosfera. O diretor Sergio Andrade procurou criar uma narrativa rarefeita, com encenação e edição remetendo a um tom mais reflexivo, além de roteiro trazer uma forte carga de simbologias em seus desdobramentos. A direção fotografia conseguiu em algumas cenas captar com sensibilidade a beleza entre o assustador e o deslumbrante dos cenários verdejantes do interior da Amazônia. Se nesses detalhes estéticos a produção de Andrade consegue mostrar lampejos de criatividade, por outro lado falta para o cineasta uma condução narrativa mais rigorosa e capaz de envolver o espectador com mais constância, coisa que, por exemplo, o referido trabalho dirigido por Babenco tinha de sobra.

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