É evidente que “Tenebre” (1982) é uma obra menor dentro da
filmografia do cineasta italiano Dario Argento. Depois de um período em que
enveredou na vertente do horror sobrenatural (e que rendeu trabalhos
excepcionais como “Suspiria” e “Mansão do inferno”), o cineasta voltou para os
preceitos narrativos típicos do gênero giallo que havia ajudado a consagrar em
obras-primas como “O pássaro das plumas de cristal” (1970) e “Prelúdio para
matar” (1975). Ainda que não alcance a mesma dimensão artística das obras
mencionadas, “Tenebre” tem um resultado final expressivo e memorável,
principalmente devido aos momentos em que os habituais barroquismos visuais de
Argento se afloram com mais intensidade, tanto no grafismo violento e delirante
quanto numa certa atmosfera de sordidez, o que acaba compensando uma narrativa
trôpega e irregular.
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