A conjunção cinema francês e juventude sempre vai despertar algum
tipo de atenção. Partindo de obras clássicas como “Zero de comportamento” (1933)
e “Os incompreendidos” (1959) e chegando a obras mais recentes memoráveis como “O
verão do Skylab” (2011), a filmografia da França sempre contou com filmes que
trouxeram um retrato vigoroso e poético sobre a temática relacionada ao
universo de crianças e adolescentes. Dentro da riqueza desse contexto
histórico-artístico, uma obra como “Julho-agosto” (2016) acaba soando bastante
frustrante. A sequência inicial até parece indicar algo de promissor ao mostrar
a adolescente Laura (Luna Lou) incendiando a caixa de correspondência da
própria casa e depois saindo para fumar. A boa impressão inicial vai se
desfazendo, entretanto, com o desenrolar da narrativa, com o diretor Diastème
se contentando com uma encenação pouco imaginativa e um roteiro esquemático,
previsível e conservador. Faltou para o cineasta mais ousadia estética e
temática para entregar um trabalho capaz de causar alguma tensão ou atrito para
o espectador. Dentro dessa concepção artística meia-boca, salva-se apenas a
atuação marcada por alguma crueza da jovem Luna Lou.
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