quinta-feira, setembro 13, 2018

O protetor 2, de Antoine Fuqua ***


No seu terço inicial, a impressão é que “O protetor 2” (2018) vai ficar repetindo de maneira incansável aqueles mesmos irritantes maneirismos estéticos e narrativos que marcaram o primeiro filme, além do roteiro semelhante a evocar simplórios moralismos. Só que chega um momento no filme, entretanto, que o próprio diretor Antoine Fuqua dá a impressão de encher o saco desse marasmo criativo e resolve entregar uma bem decente obra no gênero ação, chegando até lembrar aquele cineasta que pareceu tão promissor no ótimo “Dia de treinamento” (2001). Há ótimas sequências de pancadarias e tiroteios, a tensão dramática de algumas cenas realmente envolve o espectador e mesmo Denzel Washington se mostra bem convincente em sua caracterização taciturna e algo altista. Aliás, a presença de Washinton aliada ao formalismo competente engendrado por Fuqua no faz lembrar algumas memoráveis produções dirigidas pelo saudoso Tony Scott. Para coroar essa bela transformação do filme, toda aquela sequência final do duelo do protagonista Robert McCall (Washington) com um assustador grupo de vilões paramilitares em um vilarejo litorâneo tomado por uma violenta tempestade é antológica na sua caracterização imagética e na coreografia da ação, algo como um faroeste reciclado com acentuadas doses de violência gráfica.

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